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Talvez, nem todos aqui saibam, mas à poucos meses me formei em Ciências Biológicas. Sinceramente, eu não tenho nada contra a minha profissão, muito pelo contrário. O que me deixa irritado são as pessoas que acham que eu sou uma enciclopédia ambulante! O que vem de gente me perguntar “curiosidades do Mundo Animal” não é brincadeira... E o pior é que eles acham que eu sou obrigado a saber essas merdas! Outro dia me perguntaram: “Daniel, quanto tempo um pingüim agüenta ficar debaixo d’água?” E é claro que respondi: “Sei lá, porra!” Eu não estudei “Pingüinologia” na Universidade pra saber isso!
O puto fica vendo Discovery Channel, Animal Planet, ou Selvagem ao Extremo, e fica achando que a função do biólogo é saber essas porras... O pior é que o cara não quer nem saber se você é formado ou não, sai perguntando um monte de asneiras. Você é que se foda! O que ele quer é a resposta! Ahh, vai se fuder! Eu trabalhei dois anos e meio com botânica, cara... Mesmo assim, dediquei-me mais à área de ecologia. O mais próximo de zoologia que cheguei foi no final do curso, quando inventei de trabalhar com peixe de água doce.
O que, por sinal, mostrou-se um inferno na minha vida. Porque eu estudava alimentação de peixes, e ficava horas identificando, medindo e pesando peixes, e depois, ainda tirava fora o estômago pra fazer análise do conteúdo. Depois pesava o estomago e ficava contando e identificando os insetos comidos. Divertido, não? Só depois de cheirar muita naftalina e formol, é que me toquei que a minha praia mesmo era a licenciatura! Há quem diga que isso também é área da zoologia... E eu estou quase concordando!
Sério! Vocês precisam ver meus alunos! Parecem uns animais selvagens! Por que ninguém me pergunta sobre Ensino de Biologia, Educação Sexual, Gênero, Sexualidade??? Isso sim, eu sei e amo falar sobre. Mas, não! O cara quer saber do animal mais fedorento, do mais venenoso, quantos metros uma anaconda pode chegar... Não estou falando que eu não sei nada. Eu sei um monte de outras “curiosidades”, só que elas não parecem ser o bastante, e o infeliz quer saber das buçanhas que passam na TV! Porra, pra que diabos eu vou querer saber disso?! Não serve pra nada!
Eu nem gosto desses programas... Acho uma puta estupidez as palhaçadas que esses caras fazem! Ficar colocando morcego pra beber o seu sangue, colocar um pedaço de carne na bunda e andar num lago cheio de crocodilos... Desce do palco que a Xuxa é loira, meu bem! Outra foda mal dada, é quanto testam o meu conhecimento, perguntando nome vulgar ou nome científico de tudo quanto é caralho que vêem pela frente! Quando chegam pra mim dizendo: “Vi um programa ontem que você teria adorado!”, de imediato eu penso: “Fudeu! Lá vem pica...”
Até a minha avó entrou nessa. Quando falei que iria cursar biologia na Rural, na mesma hora ela fez cara feia, não gostou da idéia, disse que eu tinha que fazer Direito ou coisa parecida... Algo que desse dinheiro. Nesse ponto, até que ela estava certa! Mas quando ela se ligou que os “caras da TV” também eram biólogos, ou pelo menos se diziam ser... Nossa! Ela nunca ficou tão feliz! Bem, pelo menos ela só me pede conselhos sobre as plantas dela, o que eu acho menos mal, mesmo achando que isso é serviço de agrônomo...
Para terminar, eu queria dizer: OBRIGADO! Obrigado TV à cabo! Obrigado Richard Rasmussen! Obrigado à você, maldito filho da puta que inventou esse tipo de programação! Obrigado por fazer da minha vida uma merda!!! Em troca, espero, sinceramente, que todos vocês tenham o mesmo fim que nosso querido amigo totalmente sem noção, Steve Irwin, que, sem qualquer proteção, nadou com tubarões, colocou a bunda na boca de crocodilos e morreu por causa de uma ferroafa de uma inofenciva raia... Esse era malandrão!! A todos vocês, muito obrigado!
Você é míope, ou hipermétrope, ou astigmático? Ou usa óculos porque Deus, em Sua infinita “bondade”, fez de você mais um portador de um defeito visual, o qual você não consegue nem pronunciar o nome? Se a sua resposta foi “SIM” em alguma dessas perguntas, é possível que você já tenha sacado qual é a desse post. Mas se a sua resposta foi “NÃO”, não se preocupe. Mais adiante você vai entender, e se Deus for realmente bom, algum dia você vai sentir na pele o que eu sinto!
Pragas à parte, antes que você me pergunte, EU SOU MÍOPE! É por esse motivo que eu uso óculos! Óbvio, não? Se não fosse por isso eu não usaria, outra lógica fácil de entender, né? Mas ao que parece, algumas pessoas não conseguem entender isso. Vou tentar ser mais claro. O fato é que sempre que estou com um grupo de amigos, algum retardado me pede pra ver meu óculos.
Até aí, tudo beleza. O cara quer ver o modelo do óculos, achou bonito e tal, mas não muito contente em pegá-lo e sujar as lentes com as mãos engorduradas, a pessoa ainda tem que colocá-lo na própria cara feia. E isso é tão certo de acontecer quanto bomba explodindo muçulmano! É impressionante.
E quando você está no meio da galera, que algum engraçadinho pede pra ver seu óculos? Aí que é foda... Porque todos os demais também vão aproveitar a onda para “experimentá-lo”, mesmo que já tenham feito isso (e provavelmente já o fizeram!).
Já vou até deixar uma dica aqui: se por um acaso, algum investigador da polícia estiver lendo esse blog, não perca tempo buscando digitais nas maçanetas das portas, vá direto perguntando à vitima se ela usa óculos, pois é bem provável que lá você encontre as digitais do meliante!
Você quer saber se eu fico irritado com isso? A Resposta é: SIM! Mas nada é pior do que os malditos comentários. Ahh... Os malditos comentários... Não satisfeito em ter pegado o óculos, engordurado a lente, colocado o óculos na cara feia, o infeliz ainda vira pra você e, coçando os olhos, diz: “Nossa! O grau dele é forte, né?” Ou então: “Nossa, quase que eu fiquei cego!”
E o meu Id responde: “Claro, filho duma puta! Qual parte do ‘EU SOU MÍOPE’ você não entendeu, caralho?!” Mas, infelizmente, o meu Superego só me permite dar uma risadinha de canto de boca e manter-me calado, pelo bem da amizade, enquanto recupero meu óculos.
Eu fico imaginando se esse tipo de gente anda pelas ruas assim, pedindo as coisas dos outros emprestadas pra provar. O cara tá na praia, vem uma mulher de fio dental, ele para a mulher e pede pra provar, pra ver como fica de fio dental... O puto vai andando pela rua, e ao invés de ajudar o ceguinho a atravessá-la, pega a porra da bengala, fecha os olhos e sai andando como um retardado balançando a bengala! Só pode ser sacanagem...
É o tipo de gente que não pode ir no show do Roberto Carlos! Já pensou, o Roberto Carlos tá lá, vestindo seu terninho azul e cantando suas músicas sobre mulher morta ou religião, e um porra desses resolve pegar a perna mecânica do cara?! Eu fico imaginando o Rei Roberto perdendo o equilíbrio, caindo do palco e sendo atacado pelo seu público composto de velhas loucas e sanguinárias! Que merda, não?
Continuando com minha saga dos nomes, não poderia deixar de citar os maravilhosos nomes em inglês! Pensaram que eu não iria chegar lá, né? Mas quando falo em nomes estrangeiros não falo de qualquer nome, não, me refiro a nomes colocados sem nenhum critério, ou bom senso. É uma chuva de pérolas. Daí tiramos Maycon Wallace, Washington Marlon, Weverton, Valery California... Usar o nome de algum lugar dos Estados Unidos é que deixa mais bonito ainda!
As invenções são tão incríveis, que parecem até marca de carro. Na escola: “Maverick Cherokee de Sousa.”, “Presente!”
Esse pai não deve ter nada na cabeça, ou então tem a mesma coisa que o pai da bula de remédio! (vide post anterior)
O sujeito deve pensar que colocando um nome estrangeiro no filho, o moleque quando crescer vai ser importante, vai ficar rico... Que vai porra nenhuma! Pelo menos, eu nunca vi um brasileiro chamado Jefferson Mayricson, ou Machael Peter trabalhando como presidente de uma grande empresa!
Agora é hora na qual você pensa: “Ufa... Graças aos céus meus pais me batizaram de Ana” ou Pedro, Joana, Maria, Daniel, Carolina... Pronto, problema resolvido. Negativo! Não se esqueçam dos sobrenomes!
É “Gambá”, “Rego”, “Galinha” e o seu correspondente masculino “Galo”, “Chazan”, “Ganância”, “Doidone”, “Gelado”, “Bilota”... Esses são exemplos de sobrenomes que fodem o cara. Também tem o “Pinto”, que é mais comum e por isso mais sacaneado ainda. Há quem diga que esse sobrenome surgiu do casamento de um tal de Eduardo Galo com a Maria Galinha.
Eu também fui um desses afortunados. Meu nome de batismo completo é “Daniel Franco de Mendonça”, nada demais, certo? Errado! Mesmo adorando o “Franco” do meu nome, nunca consigo usá-lo, isso porque tenho um certo trauma com esse sobrenome, durante minha infância todos os meus amiguinhos de escola insistiam em transformar o “Franco” em “frango”.
Foram anos sendo chamado de “frango” pra lá, “frango” pra cá! E eu nunca podia me defender dignamente, da forma como os demais meninos faziam... Talvez nem todos saibam, mas a forma mais comum de um cara se defender, ou mostrar superioridade é fazendo referências ao próprio pau. E é comum que se faça isso da seguinte forma: dizer a frase: “Olha o frango aqui, ó!”, enquanto segura o próprio pau com a mão direita, normalmente por cima da calça... Normalmente!
Agora, pensem comigo, como que eu vou fazer isso se o piru do galo fica dentro da bunda? Eu ia me foder mais ainda! Àquela altura, eu preferia continuar como frango, mesmo, do que como franga!
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Considerações finais:
1 Se o amado leitor teve o nome citado neste post e sentiu-se constrangido ou irritado, a Equipe Devaneio aconselha fingir que nada aconteceu e sair à francesa, afinal, a culpa pelo seu nome não é nossa!
2 Outro conselho que damos ao enraivecido leitor, que queira saber 'como' e/ou 'em quem' descontar toda sua raiva e angústia, é que espere mais alguns meses, até que o contrato da próxima pessoa que comporá nossa equipe seja efetivado. Suzane von Richthofen também dará dicas sobre “Saúde do Corpo e da Mente”.