terça-feira, 28 de julho de 2009

que gracinha de nome! - 1ª parte


Vocês já perceberam como nome pode ser algo de extremo desvario? Não?! Então vamos a um exemplo: quarto mês de gravidez, inicia-se uma briga entre os pais e seus respectivos parentes sobre quem vai colocar o nome “mais bonito” no pobre infeliz que está por vir.

Depois de um longo duelo o nome do rebento é decidido! A criança vai se chamar... ASDRÚBAL! Pronto... Foi feita a desgraça! Quando o pequeno Asdrúbal pergunta o porquê do nome, fica sabendo que era para homenagear o avô, já falecido. Porra... O garoto nem conheceu o avô, mas já quer chamar ele de filho da puta! Mais um coitado traumatizado para o resto da vida. Isso, porque nem mudar de nome o menino pode, pois se o fizer todos vão resmungar, chamá-lo de ingrato, fazer chantagens emocionais... Claro, né? Quem está se fodendo é o pobre Asdrúbal! Pimenta no cu dos outros é refresco!

E pior do que “homenagem/desgraça-para-toda-uma-vida” é nome inventado. Nesse caso vemos os maiores exemplos da capacidade criativa do povo brasileiro. E quando falo povo, quero dizer povão mesmo. Salvo algumas exceções, esses nomes inventados sempre tem um pobre como dono. Quando juntam metade do nome da mãe com metade do nome do pai é uma delícia! E podem ser criados nomes para ambos os sexos.

O pai se chama Robson e a mãe se chama Nádia, daí temos os seguintes nomes: Robnáide, se for menina, ou Nádibson, se for menino.

O pai se chama Ricardo e a mãe se chama Janilde, as possibilidades: Ricanilde, se for menina, ou Janicardo, se for menino.

O pai se chama Sérgio e a mãe se chama Cirlene, as possibilidades: Sergilene, se for menina, ou Cilérgio, se for menino.

Já deu pra ver a desgraceira, né? Uma outra possibilidade, é usar uma letra, normalmente uma consoante, que vai começar todos os nomes de todos os filhos. Vamos usar primeiro a letra “D”. Assim, se a família for grande, e quase sempre é, teríamos os irmãos: Dourivan, Dourian, Dourilan, Dourivana, Douriana, Douricarlos... Aparece até nome de margarina no meio... Neste caso o inventor dos nomes foi feliz, se é que podemos assim dizer, pois usaram não só o “D”, mas todo um radical para o nome dos filhos: “DOURI”. Fantástico!

Agora com a letra “J”. Novamente uma grande família... Os nomes? Janilde, Janilson, Jailton, Joanaide, Joaneide, Jailson, Jobson... O nome do pai? Joaquim! Parece sacanagem, mas não é! Deve haver algo místico, ou cósmico nisso tudo. Tem que haver um motivo, não dá é pra dizer que foi sem querer!!

Bacana é quando juntam os nomes inventados com as homenagens. A mãe se chama Fabiana, a primeira filha Cassiane, até aqui são belos nomes, tudo bem. Mas vem a segunda filha, Fabrícia Cassielle, “Fabrícia” pra lembrar a mãe e “Cassielle” (com ‘LL’) para lembrar a irmã. Puta sacanagem com a criança! O meu medo é quando vier a terceira criança e for um menino. Dá pra imaginar o nome? Fabrício Cassiello, ou Fabrício Cassiano, sei lá...

Tem nome que parece ter sido tirado de bula de remédio. “Maria, cadê aquele remédio pra diarreia? Aqui! Deixe-me ver... Minha filha vai se chamar... Mirtazipina Rapume da Silva!” Pela serventia do remédio já dá pra ver o que o pai tem na cabeça.

As possibilidades são infinitas, meus caros! E quando você pensa que já viu de tudo, sempre aparece um "Foca Bilota", ou um "Adam Bunda", que mostra quão errado você estava.

Enfim, vou deixar pra continuar esse papo no próximo post. É tanta criatividade junta num único post que até eu já estou com vergonha.